A preocupação com a queda de cabelo vem aumentando cada vez mais em tempos de redes sociais e na era da imagem, levando muitas pessoas a procurar tratamento para a alopecia. A finasterida, disponível no Brasil desde 1998, é um dos medicamentos mais utilizados pelos homens contra a calvície.
A finasterida é um medicamento de uso oral e vendido em forma de comprimido. Foi criada pelo laboratório farmacêutico Merck nos anos 70 para combater a hiperplasia prostática benigna, já que o aumento da próstata causa dificuldades para urinar. Ao diminuir o volume aumentado da próstata, os sintomas urinários são aliviados.
No entanto, pacientes que utilizavam o medicamento notaram que seus cabelos tiveram uma melhora do aspecto e ficaram mais grossos, aumentando o volume da cabeleira. Assim, a finasterida passou a ser utilizada para o tratamento da calvície.
O medicamento atua no couro cabeludo bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável por transformar a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) – hormônio relacionado ao afinamento e enfraquecimento dos fios.
Antes de fazer o uso do medicamento, é necessário procurar um médico especialista em tricologia para fazer o diagnóstico e recomendar a melhor forma de tratamento.
A finasterida é indicada apenas para os casos de alopecia androgenética, conhecida popularmente como calvície. Como seu próprio nome sugere, está relacionado à presença dos hormônios sexuais masculinos e a fatores genéticos e hereditários. É por isso que ela é mais frequente entre os homens, já que eles têm níveis mais altos desses hormônios.
Em geral, a calvície masculina começa na parte da frente da cabeça, formando as famosas “entradas”. Como a queda de cabelo pode ser causada por múltiplos fatores, é necessária uma avaliação médica, pois os fios podem cair devido a doenças não diagnosticadas, disfunções hormonais e deficiência de vitaminas e sais minerais.
Por atuar diretamente na enzima responsável por converter a testosterona em DHT, a finasterida possui alguns efeitos colaterais que podem interferir na vida sexual do paciente, como a perda de libido.
Muitos especialistas afirmam que a droga não causa impotência, mas essa visão não é unânime. O assunto é controverso e faltam estudos que comprovem se o medicamento causa dificuldade em ter e manter ereções.
Outros efeitos colaterais já relatados são a diminuição do volume ejaculado, inchaço/sensibilidade e crescimento anormal das mamas em homens (ginecomastia). Além de reações alérgicas como erupções cutâneas, coceira, urticária e inchaço dos lábios, língua, garganta e da face.
Ao notar alguns efeitos colaterais indesejados, muitos pacientes interrompem o tratamento sem conversar com o médico. Porém, como a finasterida funciona bloqueando a enzima específica responsável pela DHT, ela previne a perda de cabelo apenas enquanto a droga está ativa em seu corpo.
O medicamento tem uma meia-vida de cinco a seis horas, o que significa que precisa ser tomada diariamente para ser eficaz. Uma vez que se deixe de ingerir o fármaco, o corpo começa a converter a testosterona em DHT novamente, e os fios começam a enfraquecer e cair.
Embora a finasterida seja um dos medicamentos mais eficazes para a alopecia androgenética, existem outros tratamentos para aqueles que preferem não correr o risco de desenvolver efeitos colaterais indesejáveis.
Alguns medicamentos aplicados diretamente no couro cabeludo que ajudam na queda de cabelo, como tônicos que contenham minoxidil ou alfaestradiol, que devolvem espessura aos fios.
Os resultados são potencializados se, junto com os remédios, forem realizadas aplicações de laser de baixa intensidade para favorecer o espessamento dos fios. Também é possível utilizar a carboxiterapia, que aumenta a irrigação sanguínea do couro cabeludo e facilita a penetração de substâncias químicas anti-queda.
Mito. São raríssimos os casos de mulheres fazendo tratamento à base de finasterida, pois o medicamento é teratogênico, isto é: se a mulher engravidar durante o uso, o bebê nascerá com má formação.
Por essa razão, a própria bula contraindica o uso por mulheres em idade fértil e adverte que mulheres grávidas não devem nem mesmo manusear comprimidos quebrados ou esfarelados deste medicamento. Uma vez que entrariam em contato com o princípio ativo pela pele, o que não acontece com os comprimidos íntegros, que são revestidos.
No entanto, as mulheres com o diagnóstico de alopecia androgenética feminina e que já se encontram na menopausa ou apresentam quadros de infertilidade podem se beneficiar do medicamento. Além disso, na maioria desses casos, a finasterida é usada apenas quando os outros tratamentos para calvície feminina não surtiram efeito.
Verdade. Uma vez que a barba é efeito direto da ação do DHT e da testosterona, hormônios masculinos responsáveis pelo crescimento dos pelos em homens, o uso da finasterida pode auxiliar no seu crescimento, assim como acontece nos cabelos.
Mito. A ação do fármaco demora cerca de 3 meses para fazer efeito. É preciso também levar em conta as diferenças individuais – cada organismo reage de forma diferente ao tratamento. Enquanto algumas pessoas conseguem apenas manter os cabelos existentes, outras recuperam um percentual dos fios perdidos — e ainda há aqueles que não notam diferença.
Mito. A finasterida só pode ser utilizada após avaliação e prescrição médica. Além disso, é preciso realizar exames hormonais e de fígado, para saber se o paciente não apresenta nenhum problema de saúde que, aliado à substância, cause complicações futuras.
Mito. Apenas 1 mg da droga já funciona, pois a dosagem é fixa, independentemente do estágio da queda.
A calvície é incurável, o que significa que as opções existentes para tratá-la servem para evitar que a queda de cabelo evolua. As chances de impedir a perda dos fios é maior quando o processo ainda está no começo, por isso é importante que os homens e mulheres saibam reconhecer os sintomas e buscar tratamento o quanto antes.
Às vezes eles surgem já na adolescência, mas é entre os 25 e 40 anos que se tornam mais perceptíveis. O Centro de Tecnologia Capilar possui um grupo de profissionais altamente qualificados no diagnóstico e tratamento da queda de cabelo. Além de conta com um tricologista que poderá indicar qual é o melhor tratamento para cada caso.
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