A queda ou afinamento dos fios de cabelo pode ser um pesadelo para muitas pessoas. Esse problema pode ocorrer tanto no couro cabeludo quanto nos pelos de qualquer região do corpo, e é chamado pela medicina de alopecia. O emprego do termo data dos tempos hipocráticos, e provém do grego alopexia, derivado de alópex, raposa, pois este animal apresenta com frequência queda de pelos, ou como fenômeno natural, ou em decorrência de enfermidade.
A perda de cabelo é um processo normal do corpo no qual o fio que está caindo é substituído por outro que está nascendo. No couro cabeludo, há cabelos em diferentes estágios: alguns estão crescendo (fase anágena), outros estão estabilizados (fase catágena) e outros irão cair (fase telógena). O “tempo de vida” de um fio de cabelo é de seis a sete anos, e ele cresce, em média, 1,2 centímetros por mês. A média de queda varia entre 50 e 150 fios ao dia.
Quando a quantidade de fios ultrapassa essa média, instala-se a alopecia, doença em que o cabelo cai em grandes quantidades em determinadas áreas, proporcionando a visualização do couro cabeludo (ou mesmo da pele que antes era coberta pelos corporais, como no caso da barba, por exemplo). É um problema que acomete homens e mulheres, podendo ser causado por influências genéticas, processos inflamatórios locais ou doenças sistêmicas.
A alopecia pode ocorrer por vários fatores, são eles:
– Deficiência ou excesso de vitaminas e sais minerais (especialmente vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina D, ferro e zinco);
– Uso de medicamentos (especialmente os para tratar pressão alta, problemas cardíacos, câncer, e os anticoagulantes e antidepressivos);
– Doenças infecciosas, metabólicas e autoimunes (tais como sífilis, covid-19, diabetes, hipertensão e obesidade, lúpus eritematoso sistêmico, psoríase e líquen plano);
– Disfunções da tireoide (hipotireoidismo, hipertireoidismo, tireoidites);
– Problemas intestinais (tais como doença de Crohn e a colite ulcerativa);
– Alterações hormonais da mulher (menopausa, pós-parto, síndrome dos ovários policísticos);
– Produtos químicos (tais como os usados para coloração, alisamentos e escovas progressivas);
– Excesso de estresse;
– Herança genética;
– Micose no couro cabeludo;
– Traumas mecânicos (excesso de penteados como rabos de cavalo, coques, dreadlocks);
– Transtornos psiquiátricos (como a tricotilomania).
O principal sintoma indicativo de alopecia é a perda de mais de 150 fios de cabelos por dia, encontrados na escova ao pentear os cabelos, no travesseiro ao acordar, no banheiro ao lavar e secar as madeixas, nas roupas, ou mesmo quando se passa a mão pelos fios.
O sinal de alerta não deve ser apenas o número de cabelos que caem, mas a densidade de cabelo que vemos no couro cabeludo. A queda dos fios pode ser percebida quando é possível visualizar facilmente o couro cabeludo em algumas áreas da cabeça ou do rosto.
Existem vários tipos de alopecia devido ao fato de existirem diferentes causas. Os tipos de alopecia são:
Conhecida popularmente como “pelada”, é uma doença inflamatória que lesa o folículo piloso e provoca a queda de cabelo ou de da barba, cílios e sobrancelhas. Essa queda provoca falhas arredondadas ou ovais sem pelos ou cabelos, podendo ocorrer em uma única placa ou múltiplas. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da área falhada saem facilmente se forem puxados.
Os cabelos, quando renascem, podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. Entre as possíveis causas do distúrbio, estão fatores genéticos e imunológicos. Ela pode ser desencadeada ou agravada por fatores como abalos emocionais, estresse, cansaço excessivo e doenças infecciosas.
Além disso, a alopecia areata parece estar associada a outras doenças crônicas e autoimunes, como alergias, psoríase, vitiligo, lúpus e tireoidites. Há casos raros de alopecia areata total, nos quais o paciente perde todo o cabelo da cabeça, mas este sempre pode crescer novamente, já que a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação.
Este é o tipo de alopecia mais comum, conhecida popularmente como calvície, que atinge principalmente os homens, embora afete também as mulheres. Como seu próprio nome sugere, esse tipo está relacionado a fatores androgênicos, ou seja, à presença dos hormônios sexuais masculinos, e a fatores genéticos e hereditários. Altas doses de testosterona são convertidas em di-hidrotestosterona, molécula que fragiliza os fios. É por isso que ela é mais frequente entre os homens, já que eles têm níveis muito mais altos desses hormônios.
Em geral, a calvície masculina começa na parte da frente da cabeça, formando as famosas “entradas”. Nas mulheres o problema apresenta um aspecto mais difuso, atingindo várias áreas do couro cabeludo. O mais frequente é que a alopecia na mulher não chegue a causar uma calvície completa como no caso dos homens.
Trata-se da queda de cabelo causada pela dermatite seborreica, uma inflamação que atinge o couro cabeludo e também provoca aumento da oleosidade, descamação (caspa), coceira e vermelhidão. Seu aparecimento está relacionado a alterações nas glândulas sebáceas e componentes imunológicos. Calor, umidade e roupas com tecidos que prejudicam a transpiração podem favorecer o surgimento desse tipo de dermatite.
Outras situações gatilho são: alterações hormonais, situações de fadiga ou estresse, álcool, medicamentos, excesso de oleosidade, clima seco, frio e mudanças bruscas de temperatura. A presença do fungo Pityrosporum ovale também pode provocar a dermatite, pois causam micoses superficiais, ocasionando uma doença chamada de tinea, conhecida popularmente como impinge ou tinha.
Neste caso a queda de cabelo ocorre devido a lesões de várias origens, incluindo queimaduras e acidentes. O excesso de procedimentos químicos, como a coloração, alisamento e escova progressiva, além do uso do secador e de chapinha tornam os fios quebradiços e, consequentemente, intensificam a queda.
Os penteados muito apertados como coques, tranças, rabos de cavalo e dreadlocks também causam esse tipo de alopecia, já que tracionam os fios. Também pode ser causada pelo fato do indivíduo ter o hábito de arrancar os fios de cabelos constantemente, como ocorre na tricotilomania, uma desordem comportamental e psicológica.
Uma queda repentina de um grande número de pelos é conhecida como eflúvio telógeno agudo e aparece cerca de 3 meses depois do evento que ocasionou a perda, pois é o tempo decorrido da morte do cabelo no folículo piloso até se desprender por completo. É causado por diferentes fatores e aparece de modo secundário associado a doenças e desequilíbrios hormonais, ao uso de medicamentos e outras substâncias, ou a processos como a anestesia, o parto e a quimioterapia.
Já o eflúvio telógeno crônico é a queda de cabelo difusa que acontece devido a uma falha no ciclo de vida dos pelos, o que os deixa mais finos e reduz seu ritmo de crescimento, resultando em perda de volume e comprimento. O problema nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças autoimunes.
Ao notar que seu cabelo ou outros pelos do corpo estão caindo, é necessário procurar um especialista. A alopecia pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. No caso da alopecia aerata, é necessário descobrir as possíveis causas, dando especial atenção aos distúrbios psíquicos e de imunidade, mas sabe-se que medicamentos corticoides em solução ou pomada podem ser úteis, bem como a terapia de luz ultravioleta.
Já a alopecia androgenética é de origem genética e, dessa forma, não tem cura. No entanto, é possível minimizar seus efeitos e até mesmo reverter alguns de seus quadros por meio de medicamentos de uso oral como a finasterida, que atua no couro cabeludo bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável por transformar a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT) – hormônio relacionado ao afinamento e enfraquecimento dos fios. Loções que contenham minoxidil ou alfaestradiol também podem ajudar.
O tratamento da alopecia seborreica envolve o uso de xampus ou sabonetes que contenham ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos, como o cetoconazol, e eventualmente o uso de cremes/pomadas com corticosteroides. Também será necessário fazer lavagens mais frequentes das áreas afetadas, mantendo-as secas, interromper o uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo, assim como o uso de chapéus ou bonés.
Na alopecia traumática, é preciso evitar situações que podem levar à perda dos fios, como o uso de produtos químicos, procedimentos capilares e penteados apertados, e tratar as causas da tricotilomania por meio de psicoterapia e/ou medicação psiquiátrica.
Já no caso do eflúvio telógeno, é preciso identificar as causas, pois os fios podem cair devido a doenças não diagnosticadas, disfunções hormonais e deficiência de vitaminas e sais minerais. Se a queda de cabelo é causada por um mau funcionamento da tireoide, tomar medicamentos para regular a glândula podem ajudar. Em outros casos será necessário suspender o uso de medicações que estão prejudicando os fios.
Já as pessoas com deficiência de vitaminas e sais minerais podem se beneficiar com dois dos medicamentos orais mais utilizados para estes fins, como o Imecap Hair e o Pantogar.
É possível também se submeter a tratamentos que atuam no couro cabeludo. Os mais comuns são o laser de baixa potência, que estimula a regeneração da matriz que perdeu o cabelo, a carboxiterapia, que aumenta a irrigação sanguínea do couro cabeludo e facilita a penetração de substâncias químicas anti-queda, e o transplante capilar, procedimento em que os fios são retirados de uma região onde há cabelo em abundância – geralmente na região atrás da cabeça, e então transplantados para a região onde ocorre a calvície.
No entanto, somente um especialista capacitado pode fazer o diagnóstico e dizer quais os tipos de tratamento e medicamentos mais indicados para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração da terapêutica.
O Centro de Tecnologia Capilar conta com tecnologias avançadas no diagnóstico e tratamento de queda capilar, tais como a tricoscopia, que é feita na primeira consulta para o diagnóstico do problema que leva à queda, e o capacete e o pente de LED, terapias que estimulam o aumento do fluxo sanguíneo e a multiplicação celular, fornecendo mais oxigênio e nutrientes para o bulbo, além da microinfusão medicamentosa, da sucção a vácuo, e da mesoterapia capilar.
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